CRISE E HIPOCRISIA NA SAÚDE DE CUIABÁ
Empresa suspende exames por dívida de R$ 2,1 milhões e desmascara discurso moralista de Abílio
A saúde pública de Cuiabá entrou em colapso silencioso. Com uma dívida acumulada de R$ 2,1 milhões, a One Laudos, empresa contratada para prestar exames essenciais à rede municipal, anunciou o encerramento das atividades em 11 unidades de saúde, incluindo UPAs e centros de especialidades. O motivo: não recebeu sequer um centavo da Prefeitura desde o início do contrato – assinado ainda na gestão de Emanuel Pinheiro (MDB), mas que seguiu ativo até os dias atuais.
O que mais chama atenção é o silêncio e a incoerência da gestão Abílio Júnior (PL). Quando era vereador, o hoje prefeito acusava de "roubo" qualquer atraso, omissão ou dívida da gestão passada, inclusive mobilizando comissões e fazendo vídeos nas portas de hospitais. Agora, quando a situação é ainda mais crítica sob sua responsabilidade, a postura muda drasticamente: não há cobrança, nem prestação de contas clara à população.
Impacto direto na população
A One Laudos afirma que realizava mensalmente 1.700 eletrocardiogramas e 1.400 tomografias computadorizadas, exames cruciais para diagnósticos rápidos e eficazes. Com a paralisação, pacientes enfrentam um novo cenário de espera e agravamento de quadros clínicos. Foram afetadas unidades como:
UPAs: Pascoal Ramos, Morada do Ouro, Verdão e Leblon
Policlínica: Pedra 90
Centros de Especialidades Médicas: Coxipó e Centro
Centros de Reabilitação: Planalto e Pascoal Ramos
Serviço de Assistência Especializada (SAE)
Empresa denuncia falta de diálogo
Segundo ofício encaminhado pela One Laudos em 18 de julho, a Secretaria de Saúde ignorou alertas, promessas de pagamento e negociações, forçando o rompimento unilateral do contrato. A empresa, além de alertar para os danos à população, ameaça judicializar o caso diante de qualquer tentativa da Prefeitura de impedir a desmobilização.
E o discurso do prefeito?
Durante a gestão anterior, o então vereador Abílio classificava qualquer falha administrativa como “roubo com dinheiro da saúde”. Hoje, no comando da máquina pública, repete erros que condenava e não apresenta soluções. A Secretaria de Saúde, por sua vez, se limitou a justificar a inadimplência com uma “crise financeira”, sem apresentar planos concretos para resolver o problema.
DADOS QUE DESMONTAM O DISCURSO MORALISTA
A dívida de R$ 2,1 milhões equivale a mais de 12 meses de inadimplência.
Segundo o Portal da Transparência de Cuiabá, a arrecadação de impostos municipais cresceu 12% nos primeiros cinco meses de 2025 comparado ao mesmo período de 2024.
Apesar disso, os pagamentos à saúde sofreram contingenciamento, enquanto gastos com comunicação institucional aumentaram 21% no mesmo período.
Conclusão: A hipocrisia virou gestão
A população cuiabana, que esperava moralidade e eficiência, encontra agora uma administração sem transparência, sem estratégia e que abandona contratos vitais para a saúde pública. A pergunta que não cala: se antes era "roubo", o que é agora, prefeito Abílio?
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